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Namoradeira


Exposição individual no terceiro andar do VII ciclo expositivo do Caroço Projetos (31/09/2024 - 02/11/2024)

Solo exhibition on the third floor of the 7th exhibition cycle of Caroço Projetos (09/31/2024 - 11/02/2024)





Namoradeira
Marina Sader



No descompasso do kamikaze, nos encontramos e prometemos voltar, não mais em companhia de amigas, mas com amores. Engolimos nuvens de algodão doce, mordemos maçãs do amor e nos perdemos nos brilhos cintilantes da roda gigante. Lá o cheiro de cigarro evoca noites longíquas, de sexo casual, vinho barato e tapetes macios. Existe algo visceral nas montanhas-russas; talvez, por isso, convidem a brincar com as emoções, explorando o apelo do efêmero e do intenso.


Dentro do Parque Marina, cacos de vidro tornam-se lentes, filtrando reminiscências e ilusões do público. Azulejos traçam o caminho de uma dança estratégica, onde pisar no tabuleiro faz parte da sedução. Cartas se desdobram em bilhetes e depois, playlists. Dos lábios, sorridentes e dormentes, escapam os sussurros de nossas provocações.


Aqui, não dizemos "estoy enamorado por ti"; seguimos outros rituais: paquerar, amassar, pegar, ficar e estar ficando. O tempo verbal dita a intensidade da jogada. As cobertas desordenam o toque dos olhares e as faíscas da carne desmancham o esmero que sequer passa pela mente. 


Não importa se o flerte nasceu no aconchego de um assento ou se revelou em uma janela; namoradeira é lugar e atitude. Deslizar sob a luz dos lençóis pode soar mal nas bocas alheias, mas carrega uma sabedoria capaz de curar nossas dinâmicas sociais. Seja com dois, três ou quatro, saber se divertir é privilégio de quem desfruta e saboreia a si mesma.



texto e curadoria por Marina Schiesari













Namoradeira (Flirty)
Marina Sader


In the frenzy of the kamikaze, we meet and promise to return, no longer in the company of friends, but with lovers. We swallow clouds of cotton candy, bite into candy apples and lose ourselves in the sparkling glow of the Ferris wheel. There, the smell of cigarettes evokes distant nights of casual sex, cheap wine and soft carpets. There is something visceral about roller coasters; perhaps that is why they invite us to play with emotions, exploring the appeal of the ephemeral and the intense.

Inside Marina Park, shards of glass become lenses, filtering the audience's memories and illusions. Tiles trace the path of a strategic dance, where stepping on the board is part of the seduction. Cards unfold into notes and then playlists. From our lips, smiling and dormant, the whispers of our provocations escape.

Here, we do not say "I am in love with you"; We follow other rituals: flirting, making out, making out, staying and being in a relationship. The tense dictates the intensity of the play. The covers disorganize the touch of the eyes and the sparks of the flesh undo the care that doesn't even cross the mind. 

It doesn't matter if the flirtation started in the comfort of a seat or revealed itself in a window; flirting is a place and an attitude. Sliding under the light of the sheets may sound bad in other people's mouths, but it carries a wisdom capable of healing our social dynamics. Whether with two, three or four, knowing how to have fun is a privilege of those who enjoy and savor themselves. 



Text and curation by Marina Schiesari

















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